Uma banda de rock pode ser bem parecida com um relacionamento amoroso. As pessoas se conhecem, voam faíscas e, espera-se, a mágica acontece. Algumas dessas relações terminam rapidamente, umas duram décadas e outras acabam em uma maré de processos judiciais, socos e projetos solo confusos.
Veja a seguir dez bandas internacionais e cinco nacionais que tiveram separações particularmente dolorosas. Esperamos que seus relacionamentos sejam muito melhores do que esses.
The Everly Brothers
Ninguém briga como irmãos. Imagine passar décadas tendo seu irmão como parceiro de negócio e colaborador criativo – não há onde se esconder. Depois de uma longa turnê, você olha para a mesa no Natal e ele está na sua frente.Se tiverem uma grande briga, mamãe logo estará ao telefone mandando você pedir desculpas. Isso deixaria qualquer um louco. Os Everly Brothers conseguiram ficar juntos nos primeiros 20 anos, mas tudo começou a degringolar quando Don apareceu bêbado em um show em Hollywood em 1973. Ele ficou errando as letras até Phil quebrar uma guitarra em sua cabeça e sair do palco.
Ira!
As histórias variam entre facadas e pancadas desferidas com um taco de beisebol, mas ninguém confirma. O fato é que o fim do Ira! foi traumático e um dos mais falados, cheios de fábulas e verdades. De acordo com o que o guitarrista Edgard Scandurra disse à Rolling Stone Brasil, em 2007, o trágico fim se deu após uma desavença entre Nasi, vocalista do grupo, e Airton Junior, irmão de Nasi. A partir de 8 de setembro daquele ano, o Ira! tornou-se um trio. Pouco depois, Scandurra, Ricardo Gaspa e André Jung mudaram o nome da banda para O Trio, que também não durou muito e cada integrante seguiu com sua carreira solo.Oasis
Os irmãos Gallagher brigaram como loucos durante os primeiros anos do Oasis, mas, em 2009, parecia que tinham entrado em um ritmo lucrativo. Lançavam um novo álbum a cada dois ou três anos e faziam shows enormes em toda a Europa para fãs que tinham saudade daqueles dias mágicos de 1995, quando Noel e Liam Gallagher pareciam ser os novos Lennon e McCartney.No entanto, em agosto de 2009, duas décadas de frustração explodiram nos bastidores de um festival em Paris. Os relatos variam, mas os irmãos entraram em alguma espécie de confronto físico e cancelaram o show.
Pouco depois, o Oasis acabou. "É com alguma tristeza e muito alívio que digo que estou deixando o Oasis hoje", escreveu Noel Gallagher logo após o show cancelado. “As pessoas escrevem e dizem o que querem, mas eu simplesmente não conseguiria trabalhar mais um dia com Liam."
De acordo com testemunhas, os irmãos estavam discutindo acaloradamente nos bastidores quando Liam destruiu uma das guitarras de Noel. Depois, um começou a socar o outro. Eles não se falam desde então.
The Police
O Police foi formado em 1977 pelo baterista Stewart Copeland, junto com o professor Gordon "Sting" Sumner e o guitarrista Andy Summers. Em menos de um ano, eles eram a grande novidade do rock, mas as tensões começaram a crescer à medida que Sting assumia o controle da banda.Os outros começaram a se sentir como funcionários e eles começaram a brigar como loucos, mesmo com a banda fazendo cada vez mais sucesso.
Em sua autobiografia de 2006, One Train Later, Summers relembrou uma briga enquanto a banda gravava o disco Ghost in the Machine (1981). "Sting fica furioso comigo”, escreveu. “Ele me xinga de tudo quanto é nome com uma veemência considerável, deixando todos assustados e chocados.”
Sting resumiu o problema do grupo em uma entrevista de 2007 para a Rolling Stone. “Não tínhamos muito em comum”, afirmou. “Éramos de gerações diferentes, no caso de Andy, unidos por uma bandeira de conveniência... parte da frustração era que Stewart e Andy estavam determinados a compor. É difícil dizer a alguém que não é uma música boa, e geralmente era eu quem dizia.”
Sting saiu da banda em 1984 depois de uma longa turnê em estádios para divulgar Synchronicity. "Não foi minha intenção punir Stewart e Andy de forma alguma", afirmou. "Só estava seguindo meus instintos."
RPM
(Sério mesmo que RPM é Rock?!
Vocês colocaram mesmo Rollign Stones?!)
As idas e vindas são tantas que é fácil perder-se nas contas: foram três, em 1987, 1993 e 2003. Acontece que o RPM sempre foi volátil.
Discussões através da imprensa, blog e Twitter se tornaram comuns com o passar dos anos. Mas nada que um pedido de desculpas não resolva. Afinal, a banda de Paulo Ricardo, Luiz Schiavon, Fernando Deluqui e P.A. está de volta – de novo –, com o disco Elektra, lançado em 2011.
The Eagles
Em 1980, o Eagles era a maior banda dos Estados Unidos, mas seu sucesso foi um fardo pesadíssimo para seus membros. Don Henley e Glenn Frey eram homens intensos e determinados, e os membros originais Bernie Leadon e Randy Meisner já tinham saído porque o clima tinha ficado péssimo.Joe Walsh frequentemente estava bêbado e chapado demais para reclamar de sua falta de controle àquela altura e o novo baixista Timothy B. Schmit era sabiamente obediente. Só que o guitarrista Don Felder não aguentava ser tratado como um cidadão de segunda categoria. As tensões permearam toda a turnê do álbum The Long Run (1979), mas pioraram ainda mais em um show beneficente em 1980 para o senador Alan Cranston. Felder não queria que a banda se envolvesse em causas políticas e, quando a mulher do senador visitou os bastidores, disse: "Prazer em conhecê-la... Acho".
Essa última palavra despertou em Glenn Frey uma fúria incontrolável e, no palco naquela noite, os membros do Eagles ameaçavam uns aos outros. “Só faltam três, amigo”, disse Frey. "Prepare-se." Ele estava contando o número de músicas que faltavam para o fim da apresentação e o começo da pancadaria. Felder foi embora em sua limusine antes dos socos e a banda só tocou junta novamente 14 anos depois.
Guns N' Roses
Quando você junta um bando de junkies e um megalomaníaco em uma banda, a coisa vai dar errado mais cedo ou mais tarde. No caso do Guns N' Roses, esse momento chegou bem rápido.A banda fez muito sucesso com o lançamento de Appetite for Destruction (1987), mas, apenas três anos depois, expulsou Steven Adler, o baterista original, devido ao vício dele em drogas pesadas. O GNR seguiu em frente, mas Axl Rose começou a chegar ridiculamente atrasado para os shows.
De acordo com Slash e Duff McKagan, ele se recusou a subir ao palco uma noite enquanto todos não assinassem um documento cedendo os direitos do nome da banda (Axl nega isso).
Independentemente do que tenha acontecido, quando a turnê de Use Your Illusion acabou no final de 1993, os membros da banda tomaram rumos diferentes. Desde então, as coisas só pioraram entre o grupo original. Axl chamou Slash de "câncer" e se recusou até a ir à cerimônia de indução do Hall da Fama do Rock porque os ex-companheiros de banda estariam lá.
Como Taylor Swift (Avisar logo de uma vez que estou fazendo Ctrl + C e Ctrl + v da máteria da Rolling Stones, assim como você faz o trabalho da faculdade, antes que você achar que gostamos de Taylo Swift.) diria, eles nunca, jamais, de jeito nenhum, vão voltar.
Sepultura
Outro problema com empresário levou ao fim a formação original da banda brasileira de maior sucesso fora do país. Em 1997, Iggor Cavalera, Paulo Jr. e Andreas Kisser discordavam das atitudes da então empresária Gloria Cavalera, também esposa de Max, vocalista e irmão de Iggor. As queixas se davam porque os outros integrantes da banda não se sentiam igualmente valorizados. Quando o trio decidiu não prosseguir com Gloria, Max quis sair também. O grupo quase entrou em colapso, mas, pouco mais de um ano depois, eles se reergueram desta vez com o Derrick Green nos vocais.The Clash
Como o Police, o Clash teve dificuldades de lidar com o sucesso. O single "Rock the Casbah", de 1982, transformou-a de uma banda punk popular em superastros da MTV. Ironicamente, a música tinha sido composta pelo baterista Topper Headon, expulso da banda devido a seu vício em heroína antes mesmo de a música começar a subir nas paradas de sucesso.Quando o Clash abriu para o Who em sua turnê de “despedida”, Strummer e companhia viram isso como uma amostra triste de um futuro possível: tocar velhos sucessos por muito dinheiro em estádios de futebol.
Não pareceu atraente. Pior ainda, os membros da banda não conseguiam entrar em acordo sobre uma direção musical futura. O guitarrista Mick Jones estava se apaixonando pelo hip-hop, o baixista Paul Simonon gostava de reggae e o líder Joe Strummer queria uma volta ao punk.
Jones e Strummer mal se falavam quando voltaram de longas férias para tocar no US Festival, em 1983. O show não correu muito bem e os membros do Clash se sentiram vendidos por fazer um show corporativo. Jones deixou a banda logo depois.
Smashing Pumpkins
Poucas bandas são verdadeiras democracias. Normalmente, uma ou duas pessoas tomam as decisões e os outros membros aprendem a viver com isso. Quando não conseguem, a coisa pode ficar bem feia.Billy Corgan, líder e principal compositor do Smashing Pumpkins, insistiu em tocar a maioria das partes de guitarra e baixo no disco Siamese Dream, que alçou a banda à fama em 1993, o que não caiu muito bem para a baixista D'arcy Wretzke e o guitarrista James Iha.
O Pumpkins aguentou firme até 1996, quando o tecladista de turnês Jonathan Melvoin morreu por overdose de heroína. Jimmy Chamberlin, baterista do Pumpkins, teve uma overdose naquela mesma noite e foi expulso da banda. Voltou em 1999, mas, pouco depois, D'arcy saiu. A banda terminou em dezembro de 2000.
Quatro anos depois, Corgan explicou o que aconteceu. "A verdade é que o guitarrista James Iha acabou com o Smashing Pumpkins", escreveu na internet. "Não fui eu nem o baterista Jimmy Chamberlin, mas sim James.
O fato de a baixista D'arcy Wretzky ter sido uma viciada em drogas de gênio ruim e que se recusava a receber ajuda, pesou a favor? Não, isso não ajudou a manter a banda unida, não mesmo."
Ele continuou explicando que Iha deixou o último show sem dizer uma palavra a ele. “Não disse adeus às duas pessoas que tinha conquistado e perdido e com quem viajou o mundo”, escreveu. “Então, não vou mais proteger a ele e nem a muitas outras pessoas.
Raimundos
Nos anos 90, o rock nacional tinha uma cara safada e desbocada. Levando as guitarras pesadas ao encontro de ritmos nordestinos, o Raimundos provava que a era possível fazer o rock ter uma cara nacional. Liderado por Rodolfo Abrantes, o grupo lançou cinco discos em um curto período de tempo - Raimundos (1994), Lavô Tá Novo (1995), Cesta Básica (1996),Lapadas do Povo (1997) e Só no Forévis (1999). Com o último (destacado na foto ao lado), eles chegaram ao topo do sucesso, embalados pelo hit radiofônico “Mulher de Fases”, mas o vocalista decidiu deixar o grupo, num desmanche que pegou a todos de surpresa.Ele alegava diferenças religiosas, mas acabou criando uma banda que seguia a linha pesada do ex-grupo, embora com letras mais sérias, chamada Rodox. Hoje, Rodolfo segue com canções cristãs, enquanto o guitarrista Digão assumiu os vocais do Raimundos.
Rage Against the Machine
É uma pena que a melhor banda de rap-rock dos anos 90 também tenha sido a menos funcional. Os três álbuns do Rage Against the Machine são basicamente impecáveis e a banda era a melhor ao vivo na época. No entanto, em 2000, tudo começou a dar errado. O grupo marcou uma turnê de verão em conjunto com o Beastie Boys, só que Mike D, do Beastie, caiu da bicicleta e as bandas tiveram de cancelar tudo. O Rage continuou fazendo os próprios shows, mas os integrantes brigavam sobre a decisão de lançar o álbum de covers Renegades. O vocalista Zack de la Rocha anunciou que estava saindo em 18 de outubro de 2000."Sinto que, agora, é necessário deixar o Rage porque nosso processo de tomada de decisões fracassou completamente”, escreveu. “Não está mais atendendo às aspirações de nós quatro coletivamente como banda e, do meu ponto de vista, minou nosso ideal artístico e político.” Embora tenham voltado como uma banda saudosista em 2007, os membros continuaram não conseguindo concordar sobre planos futuros. Zack simplesmente não quer fazer nada e os outros querem criar novas músicas e fazer turnês pelo mundo.
Pixies
Se o Pixies tivesse sobrevivido mais alguns anos, teria ficado enorme. Os dois primeiros álbuns têm algumas das melhores músicas dos anos 80, mas o grupo teve a infelicidade de ser muito além de seu tempo. Quando os Estados Unidos estavam finalmente prontos para aderir à música "alternativa", os membros da banda mal se falavam. Basicamente, o líder Black Francis e a baixista Kim Deal não se davam muito bem. Eles se conheceram quando Kim respondeu a um anúncio no jornal procurando baixista e, assim, não tinham nenhuma relação real fora da banda. Os fãs se apaixonaram por ela e Francis ficou com ciúme.Ele a excluiu dos últimos álbuns, fazendo com que Kim lançasse o projeto paralelo Breeders – que começou a fazer sucesso. Em 1992, Black Francis se cansou da vida em uma banda. Para piorar, o Pixies aceitou abrir para o U2 na primeira perna da turnê Zoo TV, que acabou se arrastando infinitamente, e a banda ficou cada vez mais cansada de tocar em estádios nada cheios para fãs entediados do U2. No ano seguinte, Francis enviou um fax para os companheiros de banda dizendo que estava tudo acabado.
Os Mutantes
Entre tanto experimentalismo e psicodelia tropical, o que levou Os Mutantes ao fim foi o tradicional amor. Depois que Rita Lee terminou com Arnaldo Baptista e deixou o grupo, em 1972, o tecladista perdeu-se em vícios e também parou de conseguir acompanhar o irmão Sérgio Dias. Menos dois na banda. Na sequência, Dinho e Liminha também deixaram Dias sozinho, em 1974, enquanto ele tentava fazer o grupo seguir, com novos direcionamentos de rock progressivo.Ela era bonita e você nem sabia |
Queensryche
Os membros da banda de metal dos anos 80 Queensryche não entram em acordo sobre o que exatamente aconteceu em 14 de abril de 2012 em São Paulo, Brasil, mas todos concordam que seus problemas de longa data finalmente explodiram em uma tremenda agressão física. O incidente começou com uma reunião sobre o futuro da banda. O líder Geoff Tate afirma que o grupo disse a sua mulher que ela não seria mais empresária deles. “Fizemos o show”, Tate contou à Rolling Stone."Scott [Rockenfield] olha para mim, sorri e diz: 'Acabamos de demitir sua família inteira e você é o próximo’. Perdi a cabeça, tentei dar um soco nele. Acho que não consegui, alguém me agarrou e me arrastou para o lado.” A banda nega que Rockenfield tenha instigado a briga com esse comentário e alega que o ataque de Tate veio do nada. Seja lá o que tenha acontecido, agora há duas encarnações do Queensryche na estrada. Eles têm data marcada para aparecer em um tribunal em setembro para resolver a bagunça toda.
Nenhum comentário:
Postar um comentário